
"O bater de asas de uma simples borboleta pode provocar um tufão do outro lado mundo". Esta é a forma popular e metafórica de sintetizar parte da teoria do caos , desenvolvida por Edward Lorenz em 1963. Pelo que entendi (ou não ) originalmente trata-se da teoria que explica ,entre outras coisas, os efeitos climáticos pelo planeta .O paralelo popular cita as consequências do acaso , onde quer que tenha ocorrido , nas vidas de todos nós.
Confesso que este negócio sempre me encafifou bastante. Como nunca acreditei em destino ou " planos metafísicos " que nos influenciam , percebo também que nem de longe podemos nos aboletar em uma zona de conforto e dizer : " estou no controle de 90% de tudo o que me vier ". De bate pronto arrisco : somos todos 90% de circunstâncias , nos restando 10% de controle e olhe lá!
Sabemos que os Grandes eventos históricos nos influenciaram assim como nos influenciarão indefinidamente , até aí muito óbvio . No entanto, como mais um baby boomer , procuro não pensar que desejar a inexistência de Hitler , por exemplo , é o mesmo que aceitar minha provável inexistência , e a sua também ( si-nis-tro ! ). Mas pera aí . Se para ser um baby boomer ( nascido em 1962 ) a guerra deveria ter acabado até 1945 - e assim acabou graças aos EUA e Grã Bretanha - dando uma ajeitadinha , logo concluo que sou " filho" de Roosevelt e Churchill . Ufa , passou perto ! Melhor assim...
O mais intrigante nesta viagem é imaginar como pode um anônimo em uma atitude banal, na china ou Groenlândia causar-nos consequências de todas as magnitudes através de conexões em cadeias , imprevisíveis e aleatórias. Aquele sinal fechado , aquela saideira a mais e aquela viagem que quase não fiz , ou que alguém não fez, certamente mudaram a minha vida. Certamente estaria em outro lugar , com outras pessoas , com outras convicções , mais ou menos feliz , talvez nem vivo, sei lá.
Nossos ídolos e influenciadores , também por detalhes , poderiam ter pouco a nos dizer , serem inexpressivos e apáticos. Ao mesmo tempo, pessoas aos nossos olhos "simplórias" , poderiam nos ser grandiosas , caso o acaso as tivesse ( ou nos tivesse ) lançado em outra direção. Embora me sentindo um barco à deriva , creio que esta perspectiva também pode nos ajudar no exercício à tolerância assim como a evitar uma série julgamentos precipitados .
Outro dia lendo sobre o caso Dominique Strauss kahn , me peguei viajando sobre esta louca engrenagem e começo , incorrigivelmente , a tentar montar um quebra-cabeças das prováveis consequências do que aparentemente foi um pequeno escândalo já prestes a não mais ocupar o noticiário . Consequências é claro, em minha vida , pois pouco me importa se Strauss Kahn comeu ou não comeu a camareira , mas vamos lá . O cara estava bem na fita e antes do escândalo tinha grandes possibilidades de se tornar o presidente da França .A França é uma das mais fortes economias do mundo , que tem forte influencia política e econômica na Europa , que consequentemente influencia mercados como a América latina, que consequentemente gera consequências aos brasileiros , etc , etc. Sintetizando : Por mais uma vez ,um boquete não assumido em solo Americano , como no caso Bill Clinton , influenciou a trajetória da minha existência , e da sua também ( si-nis-tro !) E o que é pior , não nos é dado o direito de pedir, para pelo menos desta vez , ficar fora dessa .

Bom fim de semana e até !
muimto imteressanti iço das boboleitas ajora vo matar todas elas pra min naun morrer no futuro. o estralskam nn jostei di sua atetude
ResponderExcluirÉ...para pensar!!! Muito bom este texto.
ResponderExcluirEspero não topar com um vendaval de um efeito borboleta por ai, tão cedo, rsrsrs. Bjs e uma ótima semana.