sexta-feira, 22 de abril de 2011

Homenagem a tiradentes : A incontinência Mineira

Sintetizado do capítulo A INCONTINÊNCIA MINEIRA , do livro : A OUTRA HISTÓRIA DO BRASIL,  de Jovane Nunes.

     Em 1775 , uma grave crise econômica fez-se inevitável em Portugal.
     Sem saber o que fazer , o marquês de Pombal entra em contato com o marquês de Sapucaí para aconselhar-se. Este chega a Portugal num gigantesco carro alegórico , fantasiado de Alimbauê , o deus rebelde que abraçou a índia Pembeíba no encontro do astro Sol com o boto-cor-de-rosa do Irajá. Pombal ouve de Sapucaí que no Brasil, em matéria de ouro , abunda.
    A coroa de Portugal, D.Maria , aliás , uma coroa enxutaça, assume o poder com a morte de D.José. Mesmo se não tivesse morrido, D. José seria substituído. Zé não é nome de rei. D. Maria , que também não tem nome de rainha, e sim de dona de casa , pareceu ser a pessoa certa para pôr ordem na cozinha.
    Os brasileiros , em sua maioria , não gostavam de D. Maria. Ela era doida... doida para aumentar os impostos. Loucura que até hoje ataca nossos governantes . Os brasileiros então tentaram dissuadi-la da idéia de aumentar os impostos ,  não aceitando os argumentos dos brasileiros. Estes por sua vez ficaram quietos para não contrariar a coroa portuguesa , afinal , ela era coroa, mas dava um caldo.
   A Rainha louca mandou ao Brasil seu personal puxa - saco , Luiz da Cunha Meneses , para ser o novo governador das Minas Gerais. Esta jogada política da rainha contrariou o PMDB de Minas. Cunha Menezes talvez tenha sido o mais impopular dos governantes no Brasil. Trouxe consigo o cantor Roberto Leal , exigiu que o Brasil comprasse de Portugal toda a produção de bolinhos de Bacalhau e instituiu o dia da derrama.
   Ignorando que a derrama era apenas uma cobrança indevida de impostos , alguns intelectuais acharam que uma derrama coletiva, em praça pública, seria imoral e anti-higiênica. Tendo como cabeça o sempre asséptico Claudio Manoel da Costa, a burguesia de Vila Rica, que depois viria a se chamar Ouro Preto, criou o movimento revolucionário chamado de Incontinência Mineira.
   A incontinência tinha com lema " bexigas libertas serás tamem" e seu símbolo era uma fraldão em forma de triângulo.Este movimento foi o berço do neoliberalismo , nos permitindo definir Fernando Henrique Cardoso como o maior incontinente dos dias atuais. Eis o desejo dos incontinentes: derrubar o rainha de Portugal, libertar o Brasil e construir um banheiro. O plano daqueles rebeldes era um primor de estratégia. Alguém deveria ir a Lisboa e, fazendo-se passar por dentista, oferecer-se para trocar os dentes da rainha por dentes de ouro. Estando a sós com ela , o falso dentista teria que assassina-la e, vestindo suas roupas tomaria o lugar de D. Maria no trono de Portugal. Ao saber dos riscos da ação , os incontinentes mijaram nas calças. Foi  pedido que alguém se oferecesse com voluntário , mas ninguém se apresentou.                                Escolheram então o Incontinente ( aqueles que participavam do movimento e tinham problemas urinários) tenente -coronel Francisco de Paula Freire de Andrade.
  Logo que soube do resultado , Francisco de Paula urinou-se todo e então pediu licença médica para não aceitar tão perigosa missão. Disse ele que se vestir de mulher teria o seu lado bom , ele poderia usar um absorvente e se sentir sempre livre , mas ficaria envergonhado em frente de todos. Segundo seu relato, ele só fazia isto na frente da esposa. Contou ainda que certa vez perdera uma aposta , devendo se vestir de Imperatriz Leopoldina a fim de comandar uma tropa e abafar uma rebelião. O comandante perdeu a batalha quando o ilhós de seu collant ficou preso  no  arreio do cavalo, que disparou , arrastando o traveco pelas pedregosas ruas de Vila Rica. 
    Após varias outras negativas, chegaram a um indivíduo que aceitou a missão. Tratava-se de Joaquim Jose da Silva Xavier , o Tiradentes , um alferes revolucionário .  Nas reuniões clandestinas, Joaquim vivia contando piadas. Mesmo que não tivessem graça , fazia todos se urinar de tanto rir. Só havia um problema : Joaquim jamais havia estraído um dente em toda a sua vida. Um curso por correspondência resolveu o problema. Joaquim José , agora Tiradentes, conseguiu o diploma e a autorização dos outros conspiradores quando extraiu o molar de Joaquim Silvério dos Reis, usando apenas um pé de cabra , um enxadão e duas mulas , estando pronto para seguir com o plano.
   Alguns historiadores afirmam que a falta de gentileza com  que Tiradentes interveio em Joaquim Silvério dos Reis o fez trair o movimento e delatar todos os incontinentes. O que fez ,contudo ,  este homem entrar para a história foi o descuido com que este fez a divulgação do levante revolucionário. Joaquim Silvério , acessor de imprensa do grupo teve a brilhante idéia de alugar um carro de som. Em um documento da época , gasto pelo tempo , tivemos acesso ao texto divulgado em propaganda:


" vai passando o carro da pamonha! E na compra de uma pamonha você pode participar do levante contra a coroa de Portugal amanhã mesmo , no dia da derrama. Vamos lá minha gente!E tem mais:Joaquim José da Silva Xavier , o Tiradentes , vai a Lisboa matar a rainha! Olha a pamonha!


  A partir de então , todos os incontinentes foram presos e tiveram suas fraldas plásticas  confiscadas. Tiradentes foi o mais humilhado; fizeram-no beber uma garafa de Velho Barreiro e o empurraram pelas ruas de Vila Rica.
  As autoridades portuguesas , a princípio tiveram a idéia de enforca-lo pelos pés. Estranhamente o homem não morria! Resolveu-se , por fim ,que o enforcamento se desse pelo pescoço no dia 21 de abril para que , desta forma , a data coincidisse com o dia da morte de Tancredo Neves.
   Em 21 de abril de 1792 , Tiradentes foi levado à forca. Ingressos esgotados e arquibancada lotada. O carrasco iniciou a cerimônia desenhando uma forquinha e nove tracinhos numa lousa enorme para que todos pudessem ver e perguntou a Tiradentes o que poderia ser usado para aliviar a dor em uma extração de siso. A resposta era A-N-E-S-T-E-S-I-A , o que infelizmente nem a comunidade médica conhecia. Tiradentes pensou na palavra CACHAÇA  e disse : A. O carrasco escreveu A nos primeiro e último tracinhos. As apostas cresciam nas arquibancadas.
    Tiradentes começou a chutar as letras para ver se se safava. Gritou a plenos pulmões: Z !  Decisão infeliz e o carrasco desenhou uma cabecinha na lousa. Já apavorado , Tiradentes gritou: E!!! E gritou novamente S!!! A sorte estava a seu lado . O carrasco escreveu os dois esses.
   O governador Menezes da Cunha , achando que Tiradentes se safaria , sugeriu que o mesmo trocasse o enforcamento por uma prenda. A população , que havia pago os ingressos , revoltou-se e começou a gritar: É marmelada !! É marmelada! Tiradentes , nitidamente querendo jogar para a torcida , disse a Menezes da Cunha que não queria pagar a prenda e que iria até o fim. O carrasco então prosseguiu com a cerimônia.
    A sorte até aqui companheira de Tiradentes se voltou contra Ele quando o mesmo gritou:F!!! O carrasco desenhou o corpinho.G!!! Os bracinhos. W!!! E esse W  trouxe consigo a figura macabra do ceifeiro da morte . O carrasco desenhou as perninhas , completando o triste desenho. Colocou as cordas no pescoço de tiradentes e o empurrou pelo cadafalso.
    Vendo que Tiradentes agonisava , ainda pulou em suas costas para se vingar de um  molar mal extraído.
     A família de Tiradentes foi amaldiçoada até a terceira geração. Hoje em dia percebemos que muitos problemas combatidos por aqueles bravos Incontinentes ainda persistem. A incontinênica continua tirando o sono de muitos brasileiros e vários dentistas não sabem soletrar a palavra anestesia. Mas sempre que estivermos em um banheiro de boteco aliviando nossas bexigas , lembraremos das lutas e dos ideais daqueles bravos incontinentes.



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